Compulsão alimentar
O que é Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA)?
No Transtorno de Compulsão Alimentar o episódio alimentar é caracterizado, pela ingestão de grandes quantidades de alimentos em um curto intervalo de tempo (comparados com outras pessoas em circunstâncias semelhantes, durante o mesmo período de tempo), tendo a sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio, comendo muito mais do que pretendia, devorando o que tiver em sua frente, com voracidade e só parar de comer quando sentir dor abdominal ou quando não há mais o que comer.
Quando o episódio termina, o paciente se dá conta de seu descontrole, setem repulsa por si mesmo, culpa, raiva e frustração.
Esse comportamento ocorre pelo menos uma vez por semana, mas sem o uso de métodos compensatórios. Também existe o sofrimento emocional, só que em níveis menos graves que na Anorexia Nervosa (AN) e na Bulimia Nervosa (BN).
Os sinais corporais que normalmente auxiliam no controle alimentar falham, como se o apetite, o paladar e a saciedade fossem desligados durante o episódio compulsivo. Durante esses episódios, é frequente que a pessoa não sinta o sabor dos alimentos, nem sabe o quanto comeu ou até coma coisas que normalmente não comeria. Não utilizam nenhum método compensatório para evitar o ganho de peso. Geralmente comem escondido ou sozinhos em razão do embaraço da quantidade e da forma como se alimentam.
A preocupação com o corpo e com a alimentação é muito próxima do normal. A questão aqui é o descontrole alimentar, ou a desregulação nos sinais físicos ligados à alimentação (fome, apetite e saciedade).
Os episódios compulsivos podem chegar a 14 mil calorias em uma refeição. Os pacientes podem alternar alimentos doces e salgados, comer alimentos que não gostam, alimentos crus, congelados e até buscar o que comer no lixo. Alguns pacientes relatam um “apagão” durante os eventos, como se fossem apenas espectadores daquele corpo em compulsão. Após a crise, vive toda a frustração de não conseguir controlar seu comportamento e é invadido por sentimentos de culpa, raiva, vergonha e medo. Essa sensação de impotência piora a insegurança, abalando a autoestima e a capacidade de superação da pessoa. Após algum tempo, a comida passa a ser um refúgio e a maldição do paciente com TCA. Ele perde o repertório de atividades e os recursos que tem para enfrentar as adversidades. Ao comemorar algo bom, come. Ao se consolar de fatos ruins da vida, come. Se está entediado, come. A comida passa a ser a sua droga.
O TCA está pertinente ao surgimento de doenças metabólicas (problemas digestivos, diabetes, aumento do colesterol e triglicérides, hipertensão arterial, problemas ortopédicos, dificuldade de locomoção, problemas de pele, alguns tumores ligados ao excesso de gordura entre outras) e também a questões psíquicas (ansiedade, depressão, retraimento social).
Tratamento
Pode envolver uma equipe multidisciplinar especializada em Transtornos Alimentares, composta por psicólogo, endocrinologista, psiquiatra, nutricionista.
A terapia cognitiva comportamental (TCC) e a psicoterapia interpessoal, oferecem bons resultados,ajudando o paciente a romper o ciclo compulsivo repetitivo, modificando os comportamentos inadequados compulsivos, aumentando o auto controle alimentar e diminuindo os episódios compulsivos. Técnicas que utilizam a atenção plena, Mindfulness, apresentam resultados promissores no tratamento dos Transtornos Alimentares. O tratamento nutricional tem como objetivo principal reduzir ou interromper os episódios de compulsão e restabelecer um padrão alimentar mais saudável. Nenhum tratamento nutricional adequado vai “cortar” alimentos da dieta do paciente. A meta é ajuda-lo a adquirir novos hábitos alimentares, com moderação e equilíbrio alimentar.